sexta-feira, 30 de abril de 2010
Factores de risco ao desenvolvimento infantil:
Entende-se por todas as modalidades de violência doméstica: violência física, a negligência e a violência psicológica, onde está incluída a violência conjugal (Brancalhone, Fogo & Williams, 2004; Brancalhone & Williams, 2003; Cardoso, 2001; Maldonado & Williams, 2005 e a violência sexual (Azevedo & Guerra, 1989; Brino & Williams, 2006, Brino & Williams, 2003ª; Brino & Williams, 2003b; Deslandes, 1994).
A violência física envolve maus tratos corporais (espancamento, queimaduras, fracturas, contusões, etc). Barnett (1997) destaca que as crianças mais jovens são mais vulneráveis a esta situação, pois além de não serem capazes de escapar a tal situação, não possuem um contacto diário com professores que poderiam detectar e comunicar suspeitas de abuso e negligência. Azevedo & Guerra, 1995, destaca que tal tipo de violência permanece como a principal causa de morte na infância. Segundo Hugles, Graham- Bermann e Gruber (2001) vários estudos indicam características da personalidade dos pais associadas ao comportamento abusivo como a baixa tolerância à frustração, baixa auto-estima, rigidez, ausência de empatia, abuso ou dependência de substâncias, depressão e problemas físicos de saúde. Como características das crianças, Hugles e tal. (2001) destaca a idade menor de cinco anos, complicações no nascimento, deficiências físicas e metais. Como variáveis de relacionamento, os mesmos autores destacam viver num lar onde existe violência doméstica e baixo status sócio-económico.
A negligência ocorre quando se priva a criança de algo que ela necessite sendo essencial para o seu desenvolvimento (alimentação, vestuário, segurança, estudo etc), tendo como consequência a desnutrição e atraso no desenvolvimento (Monteiro, Abreu & Phebo, 1997a).
A violência psicológica ocorre quando alguém é submetido a ameaças, humilhações e privação emocional, podendo consistir em ameaças do tipo suicídio, morte, etc (França, 2003). Como consequências, o Conselho Americano de Pediatria (2002) destaca prejuízos nas seguintes áreas pensamentos intrapessoais (medo, baixa auto-estima, ansiedade, depressão); saúde emocional (instabilidade emocional, transtorno alimentar e abuso de substancias); habilidades sociais (comportamento anti-social, baixa competência social, delinquência e criminalidade); aprendizado (baixa realização académica) e saúde física (falha no desenvolvimento, alta mortalidade. Como factores de risco associados aos pais destaca-se habilidades parentais pobres, abuso de substâncias, depressão, tentativas de suicídio, perda de empatia, violência domestica e disfunção familiar (American Academy of Pediatrics, 2002). Para Sinclair (1985), estudos realizados indicam que a observação da violência domestica afecta o desenvolvimento físico e metal das crianças. Uma criança que vivencia esta situação precisa de protecção, pois corre o risco de ela própria ser violentada e abusada.
A violência sexual compreende toda a situação na qual um ou mais adultos, do mesmo sexo ou não, utilizam a criança ou adolescente com a finalidade de obter prazer sexual. Segundo Monteiro, Abreu e Phebo (1997b) este tipo de violência pode abranger: a)abuso sem contacto físico- abuso sexual verbal; telefonemas obscenos; exibicionismo; fotos e vídeos pornográficos; b) abuso com contacto físico - relações sexuais com penetração, carícias, masturbação sexo oral e anal; c) prostituição de crianças e adolescentes exploração sexual com vista a fins económicos. Como possíveis efeitos do abuso sexual, Williams (2002) salienta comportamento sexuado, ansiedade, depressão, comportamentos regressivos (enurese, encoprese, birras, choros), problemas escolares entre outros.
Barnett (1997) enfatiza quatro factores de risco associado ao abuso infantil e negligencia: pobreza, história e personalidade dos pais e habilidades dos mesmos. Outros factores de risco ao desenvolvimento psicológico e social citado pela literatura são: pais portadores de deficiência mental (Aiello & Buonadio, 2003; Santos, 2001; Turnbull & Turnbull, 1990; Williams, 2003), baixa escolaridade, famílias numerosas, ausência de um dos pais, depressão materna, abuso de drogas (Barnett, 1997; Fox & Benson, 2003; Guralnick, 1998).
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